A princípio, parece curioso relacionar o aumento no valor do Bitcoin, uma criptomoeda digital, com o preço do bacon, um dos alimentos favoritos dos brasileiros.
No entanto, essa conexão reflete um cenário econômico interligado, onde mudanças em mercados aparentemente distantes podem impactar significativamente a economia doméstica.
A valorização do Bitcoin e seu impacto econômico
Em dezembro de 2024, o Bitcoin alcançou o marco histórico de US$ 100 mil, um aumento de 40% desde as eleições nos Estados Unidos.
Esse recorde gerou um otimismo generalizado no setor de criptomoedas, avaliado em US$ 3,3 trilhões. Com a vitória de Donald Trump, que prometeu transformar os EUA na capital global das criptomoedas, houve um influxo de investidores, fortalecendo a posição do Bitcoin como ativo financeiro de destaque.
Esse aumento, no entanto, não se limita a beneficiar apenas investidores. Ele também gera implicações no mercado global de commodities e insumos, como grãos e carne suína.
Isso ocorre porque o Bitcoin, ao ser reconhecido como uma alternativa de reserva de valor, aumenta a circulação de capitais em mercados especulativos, elevando custos indiretos para produtores de alimentos.
A relação com o preço do bacon
O bacon, amplamente consumido no Brasil, é derivado da carne suína, cujo preço é influenciado por fatores como custos de produção e transporte.

A recente valorização do Bitcoin trouxe um aumento na procura por commodities agrícolas, como soja e milho, usadas na alimentação de suínos. Com isso, o custo de produção de carne suína subiu, refletindo diretamente no preço do bacon.
Entre abril e agosto de 2024, o preço do bacon saltou de R$ 62,24 para R$ 72,58 por quilo, mesmo que o consumo em algumas classes sociais tenha diminuído em frequência.
O tíquete médio, entretanto, aumentou em diversos canais de venda, reforçando o status do bacon como um item essencial no cotidiano dos brasileiros.
O impacto global e a adaptação local
Além dos custos diretos de produção, a valorização do Bitcoin impacta a inflação global, uma vez que investidores migram capital para ativos digitais em detrimento de moedas tradicionais.
Isso pode reduzir a liquidez em mercados tradicionais, elevando preços de bens e serviços. No Brasil, essa dinâmica pressiona ainda mais o consumidor, que precisa adaptar seus hábitos para lidar com os aumentos.
Nesse sentido por outro lado, essa mesma valorização também pode trazer oportunidades. Pequenos varejistas e atacarejos, por exemplo, têm explorado a preferência dos consumidores por compras em maior volume, enquanto produtores buscam soluções para mitigar o impacto da alta nos custos.
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Considerações finais
Embora pareçam mundos diferentes, a valorização do Bitcoin e o preço do bacon estão conectados por uma cadeia de eventos econômicos globais.
Dessa maneira em um cenário onde criptomoedas ganham cada vez mais protagonismo, suas implicações vão além do setor financeiro, chegando até a mesa dos brasileiros.
Para consumidores e produtores, a chave está na adaptação às novas condições econômicas, sempre buscando o equilíbrio entre oferta e demanda em um mercado em constante transformação.